Implorar por ter um animal de estimação é comum durante a infância. Em alguns casos, as crianças já nascem num ambiente de cachorros, gatos, peixes, tartarugas, coelhos e uma porção de espécies. Em outros, elas lutam contra a vontade dos pais para ganharem uma companhia. E muitas vezes acabam vencendo pelo cansaço.
A combinação entre crianças e bichos é quase perfeita. Estudos mostram que viver com eles promove a saúde física, diminui a solidão, a depressão e a ansiedade. Por conta dessa afirmação, foram criadas instituições como “Cão-terapeuta”, “Amigo Bicho”, entre outras, que fazem sucesso no Brasil, ao utilizar animais de estimação com finalidades terapêuticas em seres humanos.
Conviver com um cãozinho, por exemplo, significa ajudar na formação e no comportamento das crianças, como explica o veterinário Marcelo Hernandes: “Elas aprendem que em troca do carinho, terão uma companhia gostosa para brincar, além disso, se sentem tutoras dos bichinhos, o que é muito bom, porque essa condição traz o senso de responsabilidade, de auxiliar na criação, limpar a sujeira e fiscalizar as vacinas”.
É preciso tomar alguns cuidados quando se decide adotar um bicho. Em primeiro lugar, os pais devem optar pelos animaizinhos mais dóceis e alertar ao dono na hora da compra que a intenção é levá-los para viver com crianças. Isso deve acontecer principalmente no caso de gatos e cães. Cabe aos pais, dali em diante, acompanhar a relação entre o filho e o animal, para ensinar como tratá-lo, quem é ele e quais as necessidades para que se mantenha vivo. O veterinário alerta que a higiene é fundamental seja lá qual for o bichinho escolhido.
Mas, tudo tem os dois lados. Para a infelicidade de algumas crianças, existe uma contra-indicação importante nessa história: os animais não são aconselhados pelos especialistas para quem tem tendência a ter alergia.
A médica alergologista Rosana Câmara Agondi explica que os animais desencadeiam nas pessoas, a alergia respiratória, conhecida como rinite ou asma. Ela é causada por proteínas, que vivem na saliva e na pele do animal. “Os seres humanos podem ter alguma sensibilidade contra essas substâncias”.
A alergia pode ser tratada e evitada com novos tratamentos desenvolvidos pela medicina moderna, porém, manter um animal dentro de casa atrapalha na cura dessa inflamação. A doutora aconselha aos pais a darem um peixinho ou uma tartaruga se os pequenos insistirem, mas que gatos, cachorros, pássaros e ramisters não são recomendáveis mesmo. “Quem tiver dúvida, deve consultar um médico”.
Para quem não tem problemas com alergia, ela apenas alerta sobre alguns cuidados básicos: evitar que bichos durmam com crianças, que deitem nas camas, sofás, carpete.. Além disso, se a família mora com um amigo de outra espécie, não pode esquecer de ferver a roupa de cama e dar banho nos animaizinhos pelo menos uma vez por semana.
O fato é que as crianças vão continuar querendo e os pais que sempre desejam o melhor aos seus filhos, terão que repensar na hora de presenteá-los com um bicho de estimação. O cotidiano, os planos do dia-a-dia, as viagens, o carro, a vida, tudo muda! Basta saber se a família está aberta a receber essas modificações em troca da companhia desses incomparáveis amigos.
Autora: Natália Marques – Site Guia da Semana
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