segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Pense como as crianças


Toda vez em que o apóstolo encontrava alguém, ele procurava pensar da maneira como aquela pessoa pensava para ganhá-la para o Senhor (1Corintios 9:19-23). Quando falava aos judeus, Paulo “procedia como judeu”. É bem provável que se referisse á sua procedência judia; sem duvida mostrou respeito e conhecimento das leis e costumes todas as leis judaicas. Quando se aproximava de alguém “fraco” – alguém que estivesse passando dificuldades – ele “se fazia fraco”. Paulo talvez mencionasse os seus sofrimentos pessoais, para que o ouvinte soubesse que o apóstolo tinha condições de compreendê-lo. A partir desse ponto, ficava mais fácil explicar os meios pelos quais Jesus pode ajudar as pessoas aflitas com algum problema.


Para ser realmente eficaz em alcançar as crianças para Cristo, cada professor deve tornar-se “como uma criança”. Não se esqueça de que as crianças não possuem o mesmo conhecimento, capacidade de raciocínio, ou experiência dos adultos. Á medida que ensina, procure imaginar o quadro que a criança forma em sua mente de acordo com a informação que dá a ela. Para isto, você e eu devemos usar T-A-T-O: Podemos aprender a Pensar como as Crianças!

Preste Atenção no Vocabulário da Criança

Os quadros mentais formados pela criança são influenciados por objetivos ou costumes familiares. O que as crianças vêem quando você diz: “Jesus derramou seu sangue por você? Elas podem pensar imediatamente no leite que ela derramou quando o copo virou na mesa, na hora do café. Você deve então considerar cuidadosamente as palavras que usa e explicar qualquer uma que possa causar mal-entendidos. Vai dizer-lhes que: Jesus deu o seu sangue quando morreu na cruz (Hebreus 9.22; Mateus 26.28).

O que eles visualizam quando você conta que Jesus usou eram cinco pães e dois peixes para alimentar as multidões? Provavelmente pensarão em pães como os que as mães compram na padaria. Todavia, os “pães” que Jesus usou eram pequenos, redondos, e achatados como os pães sem fermentos. Você talvez possa encontrar ou fazer um desenho, mostrando como seriam os pães ou levar alguns pães sem fermento para a classe. É possível que eles nem conheçam o termo multidões. Portanto, ao contar a história, explique com gestos e sinônimos que “multidões são grupos e mais grupos de pessoas, muitas delas, milhares!”. A sua familiaridade com um relato bíblico pode fazê-lo pensar que a Escritura é auto-explicativa. Por exemplo: “É dos pecados que sobejaram recolheram ainda doze cestos cheios” (Mateus 14.20). Esta passagem não diz necessariamente à criança como terminou a história dos cinco mil alimentos. O que o verbo “recolher” significa para as crianças? E sobejaram? Use suas próprias palavras; coloque as histórias bíblicas em linguagem simples e moderna. Quando os discípulos começaram a recolher todos os pedaços que sobraram dos pães e dos peixes, eles ainda ficaram com doze cestos cheios!

Apresente os Conceitos Abstratos com Cuidado

As crianças pequenas pensam concretamente, ligando as palavras a objetivos ou experiências sensoriais ( vista, som, odores,etc.) em seu mundo diário. Elas acham as idéias abstratas difíceis de entender. Todavia, as verdades bíblicas relativas á Salvação e ao crescimento espiritual tendem a ser abstratas. Como podemos apresentar esses conceitos às crianças? Dando uma explicação adequada e oferecendo exemplos que irão capacitá-las a associar a idéia abstrata a um comportamento ou evento concreto. Confiança é uma idéia abstrata, mas as crianças podem entendê-la quando ouvem exemplos como estes:

Se você subir numa árvore e não puder descer, precisa de alguém de confiante para ajudá-lo, não é? Você ouve seu pai que está lá embaixo dizer: - Pule que eu pego você.

Você sabe que ele é forte. - Acredito que você me pega, papai – você responde, mas mesmo assim não pula.

- Pule – diz ele novamente. – Sou forte e amo você, vou pegá-lo.

Você provavelmente vai dizer: - Está bem. Lá vou eu!

Você pula porque acredita que seu pai segurá-lo antes que caia no chão: Você responde, mas mesmo assim não pula.

Confiar significa colocar sua completa confiança em Deus e nas suas promessas; significa considerar confiável ou verdadeiro. Depois da atitude de confiança, a ação é o próximo passo. Sua ação prova que confiou Quando você confia em Deus para ajudá-lo na sua tarefa de casa, não crê somente na ajuda d'Ele; mas prova a sua confiança pedindo que o auxilie e depois começa a estudar, esperando que o oriente enquanto trabalha.



A misericórdia é outro conceito abstrato. Ter misericórdia é suspender o castigo e mostrar bondade quando esta é imerecida. Você explicaria a misericórdia para uma criança de seis anos, como o faria a uma de doze? Não. A de doze anos talvez só precise da definição, mas a de seis anos exigiria uma explicação mais completa em termos mais simples. Apresente a ela um retrato verbal completo:

O que é misericórdia? Misericórdia é não ser castigado – embora você mereça o castigo. Vamos dizer que haja uma regra em sua casa que você deve guardar seus jogos logo que acabe de brincar com ele. Se não fizer isso, será castigado. Você esquece de recolher as peças do jogo. De fato, você o deixa bem no meio da sala. Mas, dessa vez sua mãe decide não castigá-lo apesar da sua desobediência. Sua mãe usou de misericórdia com você. Deus mostra a sua misericórdia para nós de modo parecido com este. Embora mereçamos ser castigados pelos nossos pecados, Ele nos perdoa porque Jesus morreu por nós. Escolha verdades abstratas em espíritos de oração. Verifique se são apropriadas à idade dos alunos. Algumas podem estar além do entendimento mental de certas faixas etárias. Uma criança de cinco anos pode compreender que Jesus é o pão da Vida? Ou deixará de pensar que pode alcançar a Vida Eterna se comer algum tipo especial de pão? Estas são perguntas que vale a pena considerar. Confie em Deus para receber sabedoria que o ajude a discernir quais os conceitos a apresentar à sua classe e como apresentá-los.

Tenha em Mente o Ambiente da Criança

A fim de pensar como a criança, você precisa também descobrir o ambiente em que cada uma vive e determinar como ele afeta as percepções dela. Ela está crescendo na cidade ou no campo? Quais são seus antecedentes éticos ou culturais? Qual o seu nível de estudo? As experiências cumulativas de cada criança influenciam sua compreensão do que você está dizendo.



Não esqueça também o grau de exposição da criança à Palavra de Deus. O que sabe sobre a Bíblia? Ela pertence a um lar cristão onde a leitura bíblica faz parte da vida diária, ou a uma família que não faz parte da igreja e nem sequer possui uma Bíblia? Há quanto tempo ela freqüenta a Escola Bíblica Dominical, a igreja, ou a uma turminha da bíblia? Ela tem Bíblia? Lê a mesma regularmente? A criança familiarizada com a Palavra de Deus terá muito mais facilidade de compreensão do que a que não teve contato com a Bíblia. Procure saber os diversos níveis de exposição enquanto ensina. Uma referencia a Davi e Golias que, num grupo de crianças que conhece a Escritura, possibilitaria você a enfatizar um ponto sobre o poder de Deus para realizar o impossível, não teria significado para um grupo com pouco conhecimento bíblico.

À medida que você se torna sensível ao vocabulário das crianças, considera o estágio de desenvolvimento mental delas e aprende sobre o ambiente individual de cada uma, começará a mostrar T-A-T-O, a pensar como as crianças. Confie então no Espírito Santo para honrar os seus esforços e usar você para ensinar as verdades maravilhosas de Deus às crianças.

fonte: Bíblia de Recursos para o ministério com Crianças - APEC ed. Hagnus, 2003.

                                       

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